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quinta-feira, maio 25

  Política e ciberespaço

1) O que são cidades digitais?
Encontre uma cidade digital e explique como ela auxilia na questão da política no ciberespaço.

Cidades digitais são cidades que tiveram alguns dos seus serviços específicos digitalizados, como uma maneira de usar a tecnologia para facilitar a interação entre o poder público e o cidadão (ou isso é apenas um dos tipos de cidades digitais possível?*).

Um exemplo é a cidade de Piraí, no Rio de Janeiro, que possui sua versão digitalizada no site www.piraidigital.com.br. A versão digital constitui-se de um complexo de 5 portais, cada um destinado a uma finalidade específica.
O uso da tecnologia para intermediar as relações do cidadão com a coisa pública permite que haja uma maior transparência nas atividades políticas do município, já que há uma maior fiscalização por parte do cidadão do que seus representantes andam fazendo em prol da comunidade. A digitalização das cidades altera as relações políticas porque muita gente não participaria das decisões da cidade se não fosse pelo meio online.
Para garantir que isso seja implementado em Piraí Digital, a cidade se comprometeu a facilitar o acesso à Internet para seus habitantes. Para tanto, a cidade põe à disposição dos cidadãos diversos terminais de acesso a computadores, que podem ser usados para os fins mais diversos, desde pesquisas até entretenimento, e também para acessar o site da prefeitura da cidade e observar o que os representantes do povo andam fazendo (permite acesso a informações sobre a própria cidade).

* Encontrei algo que talvez possa explicar a confusão terminológica inicial... segundo a classificação de Aurigi e Grahan, citada no artigo “Arquitetura de cidades digitais”, as cidades digitais podem ser enraizadas (como Piraí Digital ou Aveiro Digital, em Portugal, que estão diretamente relacionadas a um município em específico) ou não-enraizadas (quando não estão ligadas a uma cidade em específico, apenas prestam serviços para o cidadão que normalmente deveriam ser desempenhados por uma cidade).

2) Encontre uma página de um partido político e analise quais opções de interação este site oferece aos cidadãos.
O site do PMDB é meio “frio”. Limita-se a prestar informações sobre o partido, numa avalanche de links e coisas para se baixar, possibilitando muito pouca interação. Mas também não dá para dizer que não há interação nenhuma. Ao menos interação reativa... O usuário que acessa praticamente só realiza interações reativas (há zilhares de links clicáveis, e cada um constrói o caminho que irá percorrer no mar de informações do site). A parte mais forte do site parece ser a seção de notícias (todas falam bem do partido, obviamente).
Algo remotamente mais interativo pode ser encontrado numa página com e-mails para contato do visitante com o partido. Tem e-mail do presidente do partido, de alguns setores, e dos núcleos partidários – mas uma falha é que o site não apresenta o nome da pessoa que vai receber a mensagem (o que é uma saída bastante esperta para que as mensagens não tenham que ser necessariamente respondidas por determinadas pessoas :P) Mas, enfim, o que seria, por exemplo, tespmdb@uol.com.br? Quem leria uma mensagem enviada para tal endereço?? :P
Para quem já é adepto ao partido, lá tem muita coisa interessante que pode ser usada nas relações políticas, como a possibilidade de download do logo do partido para utilização em finalidades diversas. Tentei encontrar uma finalidade prática para isso, mas a única idéia que me ocorreu foi postar a imagem aqui no blog (e também não sei por que cargas d'água fiz isso... talvez o fato de eles disponibilizarem a imagem para download em um lugar de destaque no site tenha contribuído para isso -- funciona!! :P)
Outra pseudo-interação possível é a possibilidade de enviar as matérias do site por e-mail para outras pessoas, o que em tese permitiria um contato entre adeptos do partido (contanto que a pessoa já conheça a pessoa para quem quer enviar o e-mail).

O site do PMDB RS já é bem melhor em termos de interação eleitor-partido. No “fale conosco” é possível escolher o cargo e o nome de quem receberá a mensagem... E tem também o número de telefone para caso alguém queira ligar para a sede gaúcha do partido.
Na parte de serviços, tem vários links úteis para os eleitores, até mesmo um link para imprimir a ficha de filiação ao partido (embora falhe em explicar o que deve ser feito com tal ficha após impressa e preenchida).

Curiosidade mata: sim, como eu desconfiava... o site do PT é bem mais divertido :P Tem beeeem mais coisa, muuuito mais interação (pô, até envio de cartão virtual?) e também tem link para fazer o download da logomarca do partido (?).

3) Procure o website de algum representante político e analise como o site permite contato deste representante com seus eleitores. Analise como esses sites podem influenciar as escolhas políticas dos cidadãos.
* Página do senador gaúcho Sérgio Zambiasi
Tem um link “Fale com Zambiasi”, com uma figurinha legal, bem na parte de cima do site, para mandar recados para o senador :)
Esses sites geralmente trabalham para passar uma boa imagem do representante, mostrando as atividades com as quais eles se envolvem, e tudo o mais. Os sites acabam ressaltando todas as atividades com as quais o representante se envolve, sem fazer muita distinção entre aquilo que ele realmente fez de diferente, e aquilo que a sua profissão exige. Obviamente, essas páginas vão sempre pintar a imagem de que a figura pública em questão é o máximo. Mas mesmo assim as páginas podem influenciar as escolhas políticas dos cidadãos porque permitem uma maior transparência nas ações do representante. O eleitor vê que está tendo resultado (ou não) e decide com melhores subsídios se reelege ou não o candidato. Não fosse pelas páginas na Internet, as pessoas dificilmente teriam acesso a detalhes das atuações dos representantes políticos (e não teriam como cobrar maiores resultados). Ia ser bem mais complicado ficar acompanhando algum dos meios tradicionais (jornal impresso, televisão) o tempo todo para tentar saber como anda o desempenho de uma determinada figura política.

4) Escreva um pequeno texto explicitando seu posicionamento a respeito de como as novas tecnologias poderão influenciar o futuro político da humanidade.
As novas tecnologias têm permitido uma maior transparência nas relações entre o cidadão e os seus representantes políticos. As informações podem ser prestadas com maior velocidade, além de estarem todas disponíveis em um local teoricamente de fácil acesso para todas as pessoas (ao menos fica bem mais fácil ir até um computador com acesso a Internet do que ir até Brasília na Câmara dos Deputados para descobrir como andam as votações de projetos de leis dos deputados federais).
Quanto a perspectivas para o futuro, não depende muito do avanço das tecnologias em si, e sim do uso que se faça delas. Assim, tanto pode acontecer de a tecnologia contribuir para melhorar as relações políticas da humanidade, permitindo que as pessoas tenham um maior acesso às políticas públicas desenvolvidas pelo Estado, e até mesmo participem da elaboração e votação de leis e projetos, quanto de a tecnologia acabar levando à negação da necessidade de um Estado... ou a existência da tecnologia intermediando as relações políticas ser totalmente neutra – nem positiva, nem negativa, apenas ali para mostrar o que os atores políticos estão fazendo, mas sem a possibilidade de o cidadão interferir nessa relação.
Considerando-se um cenário futuro de uma boa utilização da tecnologia, pode até acontecer de o Estado como o conhecemos hoje desaparecer, e seu papel passar a ser ocupado não por pessoas específicas, mas pelas decisões tomadas por todos a partir da Internet. O primeiro passo para que isso se torne possível é através da garantia de acesso a todos os habitantes à Internet (e isso pode ser feito, por exemplo, a partir das iniciativas de tecnologização das cidades digitais).
Mas, sei lá, acho pouco provável que isso aconteça. Uma democracia total é praticamente impossível, visto que, quanto maior o número de opiniões em jogo, maior a probabilidade de não se atingir um consenso. Assim, o que parece mais possível de acontecer é que as novas tecnologias contribuam para que o cidadão tenha uma maior participação no sentido de poder fiscalizar de como as coisas estão sendo feitas (e, conseqüentemente, garantir/assegurar que boas coisas sejam feitas). Mas o uso massivo das novas tecnologias não será suficiente para eliminar a necessidade de se ter alguém para tomar as decisões no lugar das pessoas. Em suma, o cidadão vai poder opinar cada vez mais. Mas essa opinião não será vinculante.


   


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